sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Saiba se prevenir do AVC.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de mortalidade e sequelas no Brasil. A identificação precoce dos sintomas é determinante para evitar danos ao cérebro. Até 3 horas depois do ocorrido, é possível reverter a maior parte dos danos causados pelo AVC. Depois disso, no entanto, as lesões cerebrais dificilmente podem ser tratadas. Por isso, saber identificar os sintomas iniciais e acionar prontamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo telefone 192 pode salvar a vida ou evitar sequelas graves ao paciente.
Conheça alguns sintomas que podem ajudar a detectar o AVC logo no começo:
Alteração da força muscular ou formigamento, principalmente dos braços, pernas ou de um lado do corpo;
Assimetria facial;
Dificuldade na fala;
Movimentação da língua;
Outros sinais como dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, perda da visão de um olho ou dos dois e vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos também podem indicar a presença de um derrame.
A avaliação superficial das funções motoras pode revelar um derrame cerebral. Portanto, para saber se alguém pode ter sofrido um AVC, peça para a pessoa levantar os braços, sorrir, repetir uma frase e colocar a língua para fora e para os lados. Caso a pessoa apresente dificuldades nestas tarefas, ela deve ser levada imediatamente a um hospital.
O AVC é uma alteração na circulação sanguínea do cérebro, que pode ser de dois tipos: isquêmico, o mais comum, ou hemorrágico. O primeiro é provocado pela obstrução de uma ou mais artérias e geralmente ocorre em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado ou hipertensão. O hemorrágico é mais grave, ocorre com a ruptura de uma artéria. O derramamento de sangue na caixa craniana oferece danos muito mais graves e pode ocorrer até em pessoais mais jovens.
Em áreas mais importantes do cérebro, o derrame é mais prejudicial. Lesões mínimas nesses locais são mais graves. Em áreas cerebrais menos utilizadas, os efeitos são menores. No caso de indivíduos destros, lesões no hemisfério esquerdo do cérebro são mais prejudiciais, pois esse é o lado que comanda o lado direito do corpo. E vice-versa para canhotos.
PREVENÇÃO
O AVC representa a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil, gerando grande impacto econômico e social. Muitos fatores de risco contribuem para o seu aparecimento. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, as doenças cardíacas, a enxaqueca, o uso de anticoncepcionais hormonais, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e a obesidade. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC. [Blog da Saúde]

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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 9/25/2014 08:31:00 PM

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Era um grande amigo... foi lamentável. Abraços, Armando.
A Morte do Marcão

Marcão era um antigo funcionário de uma cervejaria no interior de São Paulo. Ele era feliz no trabalho, embora seu sonho fosse ser degustador de cerveja, bebida que tanto adorava.
Certa vez, trabalhando no turno da noite, ele caiu dentro de um tonel de cerveja.
Pela manhã, o vigia deu a triste notícia:- É com profundo sofrimento que informo que o Marcão se desequilibrou, caiu no tonel de cerveja e infelizmente morreu afogado.
Um grande amigo de Marcão com a voz muito triste pergunta:
- Meu Deus!!! Será que ele sofreu???
O vigia então responde:
- Acredito que não, porque, segundo as imagens da câmera de segurança, ele chegou a sair três vezes do tonel para mijar...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O impulso de desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

SÍNTESE HISTÓRICA DO MAIOR GRUPO
EMPRESARIAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Tomislav R. Femenick – Mestre em economia, historiador e membro da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

Na última quadra do século XIX, o cenário empresarial de Mossoró registrou uma grande expansão. A cidade já contava com quase uma centena de firmas e teve um crescimento que superou todos os mercados concorrentes. Essa onda de desenvolvimento atraiu, inclusive, pessoas e empresas de outros países que para lá foram, tais como: Johan Ulrich Graf, Feles Finizola, Leges & Cia., William Dreifles, Henri Adams & Cia., Gustav Brayner, Guines & Cia., Conrad Mayer e o português José Damião de Souza Melo. Afora os estrangeiros, mossoroenses e pessoas de outros lugares do Nordeste também abriam casas de negócios. Foi o caso da Casa Mossoró & Cia., do cearense Joaquim da Cunha Freire, o Barão de Ibiapaba, Oliveira & Irmão, Souza Nogueira & Cia., Mota & Cavalcanti, Vicente da Mota & Cia., as firmas de Joaquim Zeferino de Holanda Cavalcanti, Teodoro José Pereira Tavares, Miguel Faustino do Monte, Antonio Soares do Couto, Manuel Lucas da Mota, Benício Mota e muitos outros. Dentre eles destacou-se Francisco Tertuliano de Albuquerque.
            A presença de todos esses homens de negócios se refletia na intensa movimentação do porto de Areia Branca. De 1893 a 1895, cento e cinquenta e seis embarcações atracaram naquele porto e em 1911, cento e treze navios nacionais e outros 153 estrangeiros levaram produtos negociados por empresários de Mossoró, sendo 33 noruegueses, 30 ingleses, 50 alemães, 17 dinamarqueses, 10 suecos, seis holandeses, quatro portugueses, um americano, um francês e um russo. O porto de Areia Branca movimentava anualmente de 200 a 250 mil toneladas de cargas, enquanto o porto de Natal movimentava cerca de 40 mil e os de Fortaleza e Cabedelo, 90 mil cada um deles. Era o sétimo maior porto do Brasil, em movimentação de tonelagem. O porto dos mossoroense contribuía com 58% das receitas portuárias do Estado, enquanto que Natal contribuía com 40%, e Macau apenas com 2%.
Até o final do século XIX, todas as mercadorias exportadas pelas firmas de Mossoró seguiam-se até o Porto de Santo Antônio, localizado a jusante do Rio Mossoró, em carros de bois ou comboios de burros, que conduziam fardos de algodão, peles e cera. Dali, os volumes eram transferidos em embarcações à vela até Areia Branca, de onde por sua vez, eram levados aos navios de maior calado, que ficavam ancorados em alto mar. De volta, os carros de bois e comboios traziam mercadorias importadas do exterior ou outras regiões do país, que eram levadas para Mossoró, de onde eram remetidas ao alto sertão potiguar, ao Ceará, à Paraíba ou mesmo para Pernambuco.
Foi nesse cenário que, no ano 1869 o jovem Francisco Tertuliano de Albuquerque iniciou o seu comércio de fazendas, ferragens e miudezas, tudo em pequena escala, tanto assim que o seu capital inicial foi de apenas dezenove contos de réis. No ano seguinte a empresa foi devidamente regularizada, com o nome de F. T. de Albuquerque, e com a marca de fantasia de “Casa Tertuliano”. Depois sua razão social foi alterada, sucessivamente, para F. T. de Albuquerque & Cia., Tertuliano Fernandes & Cia. e, finalmente, S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, em 1949. O primeiro gerente da firma foi o Dr. Euclides Saboia. A história da empresa está intimamente ligada à figura de Raimundo Nonato Fernandes, que nela ingressou como simples contínuo, foi nomeado gerente e, mais tarde, tornou-se sócio de seus antigos patrões.
A expansão das atividades do grupo (incluindo a negociação de cera de carnaúba, peles e outros produtos da região) e a adoção de técnicas modernas no setor algodoeiro e salineiro levaram a SAMTEF a ser o maior grupo empresarial do Rio Grande do Norte.

O IMPERIO DO SAL

No início do século passado, o sal potiguar era bem conhecido e aceito no nordeste e em poucas outras regiões do país, enquanto que no sudeste, no centro-oeste e no sul, era consumido quase que exclusivamente sal importado de Cádiz, na Espanha. Raimundo Nonato Fernandes conseguiu vender a uma firma sulina trezentas toneladas de sal, por preço irrisório. Não queria lucro com essa transação, sim abrir o mercado para o nosso produto. Com esse ato o sal de do Rio Grande do Norte se impôs aos compradores nacionais.
            Esse foi o primeiro passou para a criação do verdadeiro império empresarial representado pelas empresas produtoras e refinadoras de sal, controladas pela S/A Mercantil Tertuliano Fernandes: a SOSAL, Salinas Guanabara e SALMAC.
            Até o final da primeira metade do século passado, nas margens dos rios Mossoró e Assú e de seus afluentes, o sal era produzido por processos arcaicos e antieconômicos. Somente a privilegiada localização das salinas é que pode sustentar essa “indústria artesanal”, com uma enganadora não necessidade de novas técnicas para se produzi-lo, muito embora o produto fosse caro, industrialmente falando. O sol abrasador, os ventos constantes, o solo impermeável e água com grau de salinidade superior à da água do mar escondiam essa carência. Porém novos tempos chegaram e a SAMTEF, correu em busca de novas tecnologias, que representassem menos custos.
A Salinas Guanabara S/A foi a primeira salina brasileira integralmente planificada e totalmente mecanizada. Uma verdadeira fábrica de fazer sal. A SUDENE a considerou como um dos empreendimentos prioritários para o “desenvolvimento zonal salineiro”, com produção de 150 mil toneladas/ano, nos primeiros anos de sua atividade. Ocupava uma érea de 10.000.560 metros quadrados e operava com apenas 114 empregados, em perfeitas condições de trabalho. Dispunha de uma vila operária modelo, ambulatório, cooperativa de consumo, posto de saúde, escritórios, oficinas e garagem, tudo com água encanada, energia elétrica e rede de esgotos.
A unidade produtora da SOSAL-S/A Salineira do Nordeste ocupava uma área de 26 milhões de metros quadrados, com uma zona de cristalização de 200 mil metros quadrados, onde no final dos anos 1960 eram produzidas 400 mil toneladas de sal. Tinha 80 empregados fixos e mais de 1.200, de setembro a março. Seu projeto incluía uma vila operária, oito alojamentos, um laboratório, um posto de observações meteorológicas, um restaurante, cooperativa de consumo, escola, clube para funcionários, ambulatório médico, escritórios, almoxarifado, posto de serviço e garagem.
Por sua vez a SALMAC-Salicultores de Mossoró Macau Ltda. era proprietária da Salina São Vicente, também em Mossoró, cuja capacidade de produção era de 30 mil toneladas anuais. Entretanto suas atividades principais eram o refino e a distribuição da produção de do sal do grupo nos mercados consumidores, principalmente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. No porto de Santos-SP, possuía instalações de desembarque, com equipamentos que possibilitavam um fluxo normal de 300 toneladas por hora e, ainda, um depósito com capacidade de armazenamento para 25 mil toneladas de sal. Na capital paulista possuía outro depósito, com capacidade de cinco mil toneladas, e, ainda, um centro de moagem e refino. No Rio de Janeiro, tinha um depósito para sete mil toneladas de sal e instalações de moagem e refino.
Visando obter recursos para incrementar o seu crescimento empresarial, a S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se associou ao grupo do banqueiro Walter Moreira Sales (Unibanco), cedendo 50% das ações da SOSAL e Guanabara. Posteriormente, o grupo Moreira Sales transferiu sua participação para a norte-americana Morton International Inc. (hoje, Morton Nortwich Products Inc.), através de sua subsidiária Morton’s Salt Company, de Salt Lake City.

O IMPÉRIO DO ALGODÃO

            O complexo algodoeiro da S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se espalhava por toda região oeste potiguar. Possuía unidades de compra e/ou beneficiamento de algodão nas cidades de Pau dos Ferros, Apodi, Caraúbas, São Miguel, José da Penha, Marcelino Vieira, Patu e outras, além de grandes instalações de descaroçamento, enfardamento de algodão e linter e prensagem e extração de óleo em Mossoró. Nessa última foi utilizado pela primeira vez no Estado, no início dos anos 1960, o sistema de extração de óleo com a utilização de solvente químico. Nessa mesma década, foram criadas duas empresas subsidiárias: a Usina São Vicente S/A passou a cuidar das operações de compra e descaroçamento de algodão, bem como a venda do produto para o mercado nacional. Por sua vez, a Fábrica Raimundo Fernandes S/A realizava a extração de óleos vegetais. Sua linha de produção era composta de óleo bruto, semirrefinado e refinado; linter, borra de linter, torta magra (farelo), casca e borra de óleo. Dentre esses produtos, destacava-se o óleo comestível da marca Pleno.
O próximo passo seria a implantação de uma unidade produtora de margarina, cuja maquinaria já estava sendo adquirida. Com o lançamento desse novo produto, a Fábrica Raimundo Fernandes completaria o ciclo de utilização integral dos recursos industrializáveis do caroço de algodão. A nova unidade estaria capacitada para produzir anualmente 2.290 toneladas de óleo bruto de algodão, 2.106 toneladas de óleo refinado, 1.310 toneladas de gordura hidrogenada, 1.700 toneladas de margarina, 61 toneladas de linter, 61 toneladas de borra de linter, 7.350 toneladas de torta magra (farelo), 1.225 toneladas de casca e 366 toneladas de borra de óleo.

OUTRAS ATIVIDADES

Além dos complexos salineiro e algodoeiro, a S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se dedicou também ao comércio e exportação de cera de carnaúba e couros, importação, navegação, agenciamentos, comissões, representações, consignações, agricultura, pecuária, administração de bens próprios ou de terceiros e particulares em outras empresas. Na Fazenda Itaoca, localizada nos municípios de Caraúbas e Apodi (com uma área de 6.000 hectares que continha dois açudes) possuía cerca de 2.000 cabeças de gado e aproximadamente 10 mil carnaubeiras. 
            Também faziam parte do grupo as empresas Apodi de Administração e Participações S/A, a holding do grupo, e SOTRAN-Sociedade Brasileira de Transporte Rio Mossoró Ltda; está última fazia o transporte do sal das salinas ao costado dos navios em alto mar, com embarcações próprias.

OS EMPREENDEDORES

A S/A Mercantil Tertuliano Fernandes somente conseguiu crescer graça ao espírito empreendedor de seus dirigentes. Homens com a visão de Francisco Tertuliano de Albuquerque e Raimundo Nonato Fernandes, na implantação da empresa, e Euclides Saboya, Vicente José Tertuliano Fernandes, Francisco Xavier Filho, Rodolfo Fernandes, Paulo Fernandes, Rafael Fernandes Gurjão, Julio Fernandes Maia, José de Oliveira Costa, e José Martins Fernandes, na etapa seguinte da sua consolidação.
No seu grande momento, durante a expansão de seus negócios pelo país, o grupo SAMTEF foi conduzido por Valdemar Fernandes Maia (presidente) e Antônio Florêncio de Queiroz, bem como Aldemar Fernandes Porto e Francisco de Queiroz Porto, além de Heriberto Escolástico Bezerra, Renato Costa, Gabriel Fernandes de Negreiros, Jorge Paes de Carvalho, Humberto Vieira Martins, Fernando Paes de Carvalho, Francisco de Assis Queiroz, Fausto Pontes, Francisco Canindé de Queiroz, João Marcelino, Genésio Rebousas e muitos outros. Todavia, o artífice do seu crescimento foi Antônio Florêncio de Queiroz. Dele foram todas as grandes ideias e todos os grandes projetos; era o porta-voz das inovações e da modernização da empresa. Foi eleito deputado federal por quatro legislaturas consecutivas.  

A CRISE DO ALGODÃO

É comum, inclusive entre estudiosos do assunto, atribuir-se ao bicudo (Anthononus grandis) a causa da crise da cotonicultura do Nordeste e, por extensão do nosso Estado. O certo é que foi uma série de fatores – que se sucederam e se repetiram ao longo do tempo – que impactaram o setor, provocando uma verdadeira hecatombe na agricultura, no comércio e na indústria ligada ao cultivo e beneficiamento do algodão. O bicudo apenas foi mais um desses fatores; muito danoso, porém não o mais letal.
A ação de combate à praga exigia a pulverização das plantações utilizando agrotóxicos altamente danosos à outras espécies; vegetais e animais. Dependendo da região e das condições locais, o custo anual do produtor no combate ao bicudo variava entre R$ 200,00 e R$ 300,00 (em moeda corrente), por hectare, o que inviabiliza a continuidade de muitos produtores no setor. Entretanto, causa mortis da nossa cultura algodoeira foram fatores econômicos, acoplados à baixa produtividade.
A escassez de recursos, as altas taxas de juros para financiamento da produção e beneficiamento da pluma e do caroço foram problemas levantados há quase sessenta anos nos “Encontros de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, organizados pela SUDENE em Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Pelo que ali foi dito, o montante das linhas de créditos, oferecidas pelo Banco do Brasil e Banco do Nordeste aos agricultores e maquinistas, sempre foram insuficientes, fato que ensejou o aparecimento dos atravessadores. Esses agentes foram importantes para o sistema, porém agregavam os custos, que já eram exorbitantes.
Ainda no campo econômico, outro aspecto encarecia (e ainda encarece) a produção do algodão potiguar: a quase ausência de economia de escala. A nossa cotonicultura é oriunda de unidades produtoras familiares de pequenas dimensões, verdadeiros minifúndios, além do mais em espaços não contínuos. Cada uma dessas unidades cuida do seu preparo da terra, do seu plantio, da sua aplicação de defensivos, da sua colheita etc., numa cadeia de custos que se multiplicam. Por outro lado, a pequena dimensão das propriedades dificulta a mecanização dos processos, geralmente realizada com máquinas caras, até quando alugadas.
Matéria-prima prima escassa (e cara) sustou os projetos de crescimento e mesmo de continuidade das unidades algodoeiras do grupo SAMTEF.

A CRISE DO SAL

A primeira grande crise nas unidades salineiras ocorreu em 1961, quando o Rio Mossoró invadiu as salinas de Mossoró, Grossos e Areia Branca, provocando um serio prejuízo aos industriais salineiros, pela destruição de aproximadamente 600 toneladas de sal e das benfeitorias existentes nas salinas. Entretanto o maior prejuízo foi causado às iniciativas de mecanização das salinas, principalmente aquelas desenvolvidas pelos grupos S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, F. Souto, Paulo Fernandes e Miguel Faustino Souto do Monte.
A esse cenário se juntavam os altos custos de carregamento dos navios, transporte e desembarque nos portos do centro e sul do país, o mercado consumidor do produto. Essa fase era tão ou mais arcaica que a primeira, fazendo com que o sal produzido no Rio Grande do Norte custasse mais de seis vezes quando chegava a São Paulo e no Rio de janeiro.
A situação, que era delicada, caminhava para ficar alarmante. Durante a visita que realizou a Mossoró, em fevereiro de 1967, Mario Thibau, o então Ministro das Minas e Energia, declarou que a indústria salineira do Rio Grande do Norte poderia sofrer um grande abalo dentro de prazo médio. No mesmo ano, o Instituto Brasileiro do Sal foi extinto e em 1970 os norte-americanos adquiriram o restante das ações da SOSAL e da Guanabara, ficando com a totalidade do capital social de ambas, para o que teriam contado com recursos do grupo Rockefeller.
Foi o início do fim do maior grupo empresarial do Rio Grande do Norte.

sábado, 6 de setembro de 2014

Os políticos sempre foram biriteiros?

  O poder da cerveja nas eleições; Como cervejarias embriagam políticos e silenciam a mídia para proteger seus interesses

 

6 de setembro de 2014 10:36


O superpoder da cerveja no Congresso e na TV
Como as cervejarias conseguem manter a publicidade de bebida na TV e calar a mídia, com a ajuda de seus aliados no Congresso
Por Marcelo Godoy*
por planeta jota
Recentemente foi divulgado que uma das três empresas responsáveis por 65% do financiamento das campanhas eleitorais dos onze candidatos a Presidência da República é a AMBEV.
Quais seriam os interesses das empresas de cerveja no financiamento de campanha dos candidatos a Presidência, Senado e Congresso Nacional?
Em 1996, a Lei Federal em vigor, Nº. 9.294/1996 que regula as restrições a publicidade de bebidas foi modificada pela “bancada da bebida”, formada por deputados e senadores que representavam o interesse deste grupo. Na época, uma comitiva de artistas, publicitários, esportistas etc, em uma grande articulação das indústrias de cervejas, das agências de publicidade e dos meios de comunicação, compactuaram e pressionaram os parlamentares para que a cerveja não fosse incluída na Lei.
Mesmo contra todos os argumentos do Ministério da Saúde, o lobby venceu, e a Lei excluiu das restrições à publicidade bebidas como a cerveja, cujo teor alcoólico é igual ou inferior a 13 graus Gay-Lussac, permitindo assim, que a “gelada” escapasse das restrições à publicidade da TV, como aconteceu com as bebidas destiladas (whisky,vodca, etc).
Nos últimos 10 anos, o extraordinário investimento em publicidade de cerveja, algo em torno de mais 4 bilhões de reais anuais, e o aumento da renda do brasileiro, ampliaram nacionalmente o consumo de cerveja, especialmente entre jovens e mulheres
A falta de controle federal, estadual e municipal, de regras e penas mais rígidas, fiscalização, culpabilidade, de uma comunicação ética e responsável, aliado a falta de educação, maturidade e responsabilidade de quem dirige embriagado, criaram uma  “horda de zumbis” que, como podemos acompanhar diariamente, matam e ferem motoristas, passageiros, pedestres, ciclistas, motociclistas e o que cruzar os seus caminhos
O prejuízo em números de vítimas fatais e invalidez no trânsito é maior do que a soma das mortes causadas pela indústria de cigarro, pelo simples e trágico fato que apenas um motorista alcoolizado, pode eliminar toda uma família.
Anualmente são mais de 100.000 mortos, e em torno de 500 mil vítimas de traumatismo causados por acidentes no trânsito por excesso de álcool no sangue. E os números não param de crescer.
Diante da brutalidade dos números e dos fatos, parte da sociedade civil e do governo, buscam encontrar saídas para estancar esta quantidade absurda de mortos e feridos
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, uma das medidas mais eficazes para diminuir as mortes de transito é a regularização da publicidade de cerveja. Não adiantaria colocar apenas uma mensagem no final do texto enquanto se estimula, a qualquer custo, e de qualquer forma, o consumo.  O ideal seria, assim como foi feito com o cigarro, banir definitivamente a propaganda de cerveja da Televisão e rádio no Brasil, ou no mínimo regulariza-la.
Mas o desafio é muito grande. O time que representa a indústria de cerveja inclui senadores e deputados, muitos deles donos de concessões de emissoras que recebem parte dos bilhões que são veiculados em propaganda de cerveja, o homem mais rico do Brasil, as redes de TV e Rádio, portais, revistas, agências de publicidade e promoção, as entidades que as representam, como ABAP - (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), Conar - (Conselho Nacional de Regulamentação Publicitária), o Sindcerv – (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), entre outros.
Nenhuma emissora comercial de TV ou Rádio, permite que se divulgue ou se associe, em seus jornais ou programas de reportagem, qualquer conexão entre violência no trânsito e publicidade de bebidas alcoólicas. Muitas vezes, o próprio programa que denuncia e expõe as tragédias das mortes nas estradas no carnaval é patrocinado por uma empresa de cerveja.
As poucas exceções são os portais independentes, as emissoras públicas, educativas e culturais como a TV Brasil, TV Cultura, TVT - TV dos Trabalhadores, que não precisam do dinheiro dos anunciantes de cerveja e podem se posicionar de forma critica e independente. Mas, infelizmente, é pouco, muito pouco, comparado a audiência dos gigantes da mídia. Está provado que a exposição à publicidade de bebidas alcoólicas está relacionada com um consumo maior e mais precoce, principalmente entre adolescentes e adultos jovens.
Na época em que a propaganda de cigarros era permitida, houve uma grande agência de propaganda que se notabilizou por não atender contas de cigarro e nem por isso faliu ou deixou de prosperar. Se a propaganda de cerveja for regularizada, o país como um todo irá ganhar.
A campanha ”Cerveja Também é Álcool” que propõe a alteração do parágrafo único do artigo 1º da Lei Federal 9.294/96 para que as restrições à publicidade passem a abranger toda e qualquer bebida, com graduação alcoólica igual ou superior a 0,5 grau Gay-Lussac esta disponível na web. Para  assinar a petição online, clique https://www.change.org/cervejatemalcool ou a versão impressa :http://www.sbp.com.br/pdfs/peticao_publica.pdf
*Texto com postagem no Portal Planeta Jota


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 9/06/2014 10:36:00 AM

1938: Alemães e Ingleses desfilaram na mesma praça de Lisboa. Meses depois, começou a II Guerra.

Lisboa foi uma batalha naval cordial

Fonte:dn.pt

O DIA EM QUE O DN CONTOU:  A ano e meio do começo da II Guerra Mundial, no virar de janeiro para fevereiro de 1938, Lisboa parecia sofrer de esquizofrenia. Um dia, no Terreiro do Paço tocava uma banda nazi e, dias depois, tocava a banda de couraçados ingleses. Na Avenida da Liberdade desfilavam falangistas espanhóis e marinheiros da Navy. E o DN trazia para a capa um garoto da Mocidade Portuguesa, fazendo a saudação fascista, saudando os “velhos aliados”, navios britânicos…
A bordo do cruzador Deutschland, com a bandeira nazi e a Cruz de Ferro tremulando, a banda alemã tocou God Save the King quando a Armada inglesa fundeou no Tejo. Chegados no sábado, 29 de janeiro, os alemães esperaram pelos ingleses e partiram no mesmo dia, 4 de fevereiro. No  último dia de estada, o ministro português da Marinha Ortins de Betencourt ofereceu um jantar, juntando à mesma mesa os almirantes Roger Backhouse, inglês, e Wilhelm Marshall, alemão. As bandas dos cruzadores Deutschland e Nelson também tocaram no Terreiro do Paço, mas só o navio-almirante britânico recebeu a visita do presidente Carmona.
A bordo do cruzador Deutschland, com a bandeira nazi e a Cruz de Ferro tremulando, a banda alemã tocou God Save the King quando a Armada inglesa fundeou no Tejo. Chegados no sábado, 29 de janeiro, os alemães esperaram pelos ingleses e partiram no mesmo dia, 4 de fevereiro. No último dia de estada, o ministro português da Marinha Ortins de Betencourt ofereceu um jantar, juntando à mesma mesa os almirantes Roger Backhouse, inglês, e Wilhelm Marshall, alemão. As bandas dos cruzadores Deutschland e Nelson também tocaram no Terreiro do Paço, mas só o navio-almirante britânico recebeu a visita do presidente Carmona.
Na terça-feira 25 de janeiro de 1938, os lisboetas subiram aos pontos altos da cidade para ver um estranho fenómeno: “Uma grande mancha vermelha apareceu ontem no céu.” O DN brincava: “Pois é verdade, o que se passa na terra é tão vergonhoso que até o céu corou”, diz um boneco do grande cartoonista Stuart, na primeira página. Mas essa edição trazia uma explicação melhor para o que a aurora boreal (foi esse o fenómeno celeste) podia ter querido anunciar. Nos dias seguintes iriam entrar no Tejo duas frotas que, em breve, estariam a bombardear-se nos mares de todo o mundo. “A Alemanha enviará a Lisboa, em visita cordial, o cruzador Deutschland já no dia 29 do corrente”, noticiava o DN. E, linhas abaixo, titulava: “A esquadra inglesa que vem ao Tejo tem um efetivo maior do que aquele que a princípios se anunciou.” Temos, pois, em termos cordiais, uma batalha naval em perspetiva e a ano e meio, o que o mundo ainda não sabia, do começo da II Guerra Mundial.
Logo no dia em que atracam em Lisboa os comandos das “frotas amigas” são recebidos no Palácio de Belém pelo presidente português. Mas só o inglês, o almirante Roger Backhouse, viu retribuída a visita. O general Óscar Fragoso Carmona (na foto, à direita), vestiu a farda de gala para subir ao cruzador Nelson e ser recebido pelo comandante da frota britânica (na foto, Backhouse, ao centro e, à esquerda, o embaixador britânico Walford Selby). Um ano e meio depois, Carmona estará em viagem marítima, vindo de Moçambique, e só chega a Lisboa dez dias depois do começo da II Guerra Mundial.
Logo no dia em que atracam em Lisboa os comandos das “frotas amigas” são recebidos no Palácio de Belém pelo presidente português. Mas só o inglês, o almirante Roger Backhouse, viu retribuída a visita. O general Óscar Fragoso Carmona (na foto, à direita), vestiu a farda de gala para subir ao cruzador Nelson e ser recebido pelo comandante da frota britânica (na foto, Backhouse, ao centro e, à esquerda, o embaixador britânico Walford Selby). Um ano e meio depois, Carmona estará em viagem marítima, vindo de Moçambique, e só chega a Lisboa dez dias depois do começo da II Guerra Mundial.
O que o mundo já sabia é que a guerra local e vizinha, a Guerra Civil espanhola, estava em vias de ser resolvida a contento dos rebeldes do general Franco. Os bastiões republicanos eram flagelados: “Novo e violento bombardeamento de Barcelona”, noticiava o DN, nessa capa de 26 de fevereiro. Ao mesmo tempo, mostrava de que lado estava Portugal: importantes delegações falangistas, vindas da Galiza e da Extremadura espanhola (de Badajoz), eram esperadas em Lisboa, no dia da chegada do cruzador alemão. Eis, pois, marcada para aquele sábado, uma forte presença política da extrema-direita espanhola e um importante navio de guerra nazi no Tejo- nas vésperas da chegada da Home Fleet, navios da Armada britânica.
O Deutschland, comandado pelo almirante Wilhelm Marshall, atraca na Rocha Conde de Óbidos e dois submarinos U-33 e U-36 vão para o cais de Alcântara. Logo nesse dia, o almirante alemão é recebido em Belém pelo presidente Óscar Carmona. Por terra chegam os falangistas galegos, comandados pelo braço direito de Franco na Galiza, Jesús Suevos, natural da mesma terra do caudillo, El Ferrol. Suevos fará carreira no novo regime, será presidente do Atlético de Madrid e da RTVE, televisão espanhola. Entretanto, passeia-se fardado, cinturão largo, botas e braço estendido de cada vez que a ocasião se proporciona – como se verá nos encontros com os seus camaradas portugueses. Aos galegos juntam-se os falangistas e flechas (jovens franquistas) que vêm de Badajoz. Não são militantes quaisquer, são dos mais aguerridos, tinham protagonizado, ano e meio antes, um dos episódios mais sangrentos da guerra civil: as matanças, na praça de touros, de adversários republicanos. Chegaram de comboio e à estação veio acolhê-los um capitão que, vinte anos depois, em 1958, reunirá multidões em Lisboa e por todo o País, mas que serão de outro bordo: Humberto Delgado.
O capitão Humberto Delgado participou na manifestação dos falangistas espanhóis em Lisboa. Ao contrário do ministro do Comércio português Costa Leite Lumbrales, que faz a saudação fascista, Delgado faz continência.
O capitão Humberto Delgado participou na manifestação dos falangistas espanhóis em Lisboa. Ao contrário do ministro do Comércio português Costa Leite Lumbrales, que faz a saudação fascista, Delgado faz continência.
“Falangistas espanhóis em Lisboa”, “Esquadra alemã no Tejo”, são títulos do domingo, dia 30. O jornal, no dia seguinte, narra essa jornada de glória da extrema-direita: “Arriba Espanha!”, grita na primeira página, de 31. Com foto da Avenida da Liberdade ocupada por fardas da Falange espanhola, da Legião Por- tuguesa e braçadeiras nazis (ver fotos ao lado). No monumento dos Combatentes da Grande Guerra, Jesús Suevos estende o braço na saudação fascista e o ministro português do Comércio, Costa Leite Lumbrales, faz o mesmo, enquanto o capitão Delgado se limita à continência. A charanga da Brigada Naval, do comandante Henrique Tenreiro, outro prócer do regime salazarista, toca os hinos da Falange, de Portugal, de Espanha, da Alemanha e de Itália. Há missa campal. Nessa tarde, no campo do Belenenses, realiza-se o desafio de futebol Portugal-Espanha. Os portugueses ganham 1-0, e o selecionador português fuma cachimbo no banco de suplentes – é Cândido de Oliveira (ver foto). Nessa noite, os dirigentes de futebol dos dois países jantam no Maxim’s e por Portugal fala o comandante Lobo da Costa, que dá vivas à “Espanha nacionalista”. Em 1942, Cândido de Oliveira será preso e mandado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
No dia 31, às 15.00, a banda do couraçado Deutschland deu um concerto na praça lisboeta (foto esq.). Ao lado da bandeira portuguesa, a nazi. Dois dias depois dos alemães, à mesma hora e no mesmo local, a banda da Armada britânica tocou também para os lisboetas (foto dir.)
No dia 31, às 15.00, a banda do couraçado Deutschland deu um concerto na praça lisboeta (foto esq.). Ao lado da bandeira portuguesa, a nazi. Dois dias depois dos alemães, à mesma hora e no mesmo local, a banda da Armada britânica tocou também para os lisboetas (foto dir.)
Na tarde do dia 31, a banda do cruzador alemão dá um concerto no Terreiro do Paço, sob a bandeira nazi. Dois dias depois, a mesma banda toca God Save the King à passagem do Nelson, navio-almirante da frota inglesa de vários cruzadores e contratorpedeiros e uma flotilha de seis submarinos. O DN mostra na primeira página um garoto da Mocidade Portuguesa a estender o braço, “saudando os velhos aliados”. Ainda nesse dia o almirante Roger Backhouse é recebido por Carmona, a quem convida para visitar o Nelson. O presidente português aceita e faz a visita logo no dia seguinte.
A banda dos couraçados britânicos também dá um concerto no Terreiro do Paço e os militares ingleses desfilam frente ao monumento aos mortos da Guerra. O ministro da Marinha Ortins de Bettencourt dá um jantar no Hotel Aviz ao comando das duas frotas: senta o almirante inglês à direita e o almirante alemão à esquerda. A partir do ano seguinte, o hotel destes encontros germano-britânicos, em Lisboa, será o Avenida e entre espiões. Os militares de ambos os lados já não se encontravam à mesa.
FERREIRA FERNANDES

sexta-feira, 5 de setembro de 2014


Relatório coloca Brasil em 6º em taxa de homicídio de crianças e jovens

Atualizado em  4 de setembro, 2014 - 19:11 (Brasília) 22:11 GMT

Mulher segura uma pistola (foto: Thinkstock)
Com mais de 11 mil casos, Brasil está entre os dez países com mais mortes de crianças e adolescentes
Um relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), divulgado nesta quinta-feira, coloca o Brasil em sexto lugar no mundo na taxa de homicídios de crianças e adolescentes de zero até 19 anos de idade em 2012.
O documento diz que o país registrou 17 homicídios por 100 mil habitantes nessa faixa etária. Com isso, o Brasil ficou atrás apenas de El Salvador (27 por 100 mil), Guatemala (22), Venezuela (20), Haiti (19) e Lesoto (18).
Em termos absolutos, o relatório diz que o Brasil registrou mais de 11 mil mortes na faixa etária, ficando atrás apenas da Nigéria, com quase 13 mil crimes dessa natureza no período.
O Unicef atribuiu no documento como razões principais para o grande número de homicídios de jovens no Brasil o aumento da desigualdade, o acesso a armas de fogo, o alto consumo de drogas e o crescimento da população jovem.
O fundo também usou uma base de dados de 2010 para afirmar que no Brasil os adolescentes negros sofrem um risco três vezes maior de serem assassinados em relação a jovens brancos.
O número de homens nessa faixa que foram vítimas de homicídio também é 12 vezes maior que o de mulheres.

Violência sexual

Mais de 95 mil crianças e adolescentes foram assassinadas em todo o mundo no período avaliado pelo relatório, intitulado Hidden in Plain Sigh ("Ocultos em Plena Vista" em tradução livre), elaborado com dados de 190 países.
O número representa um quinto de todos os assassinatos de crianças e adolescentes ocorridos no planeta, a maioria praticados na América Latina e no Caribe.
O levantamento do Unicef também analisou casos de abusos físicos, sexuais e emocionais contra jovens.
No campo da violência sexual, a entidade estimou que cerca de 120 milhões de garotas com menos de 20 anos de idade já foram vítimas de abusos. Isso significa que uma em cada dez jovens do mundo foi exposta a relações ou atos sexuais forçados.
O Unicef também constatou que uma em cada três jovens que tenham sido casadas na faixa etária entre 15 e 19 anos afirmaram ter sido vítimas de violência física, sexual ou emocional cometida por parceiros ou maridos.
O índice de casos em que o responsável pelo abuso era o próprio marido da vítima chegou a 70% em países como a República Democrática do Congo e a Guiné Equatorial.
Ao mesmo tempo, segundo o documento cerca de 50% das adolescentes dessa faixa etária (126 milhões) dizem acreditar ser agredida pelo marido é justificável sob certas circunstâncias. Essa taxa sobe para 80% em países como Afeganistão, Guiné, Jordânia, Mali e Timor Leste.
O relatório também estudou o bullying como forma de violência contra os jovens e descobriu que um em cada três estudantes com idades entre 13 e 15 anos sofrem bullying de maneira regular no ambiente escolar em todo o mundo.
Além de identificar essas tendências, o Unicef indicou seis estratégias que podem ser adotadas pelos países para prevenir e reduzir a violência contra crianças.
Elas incluem o oferecimento de apoio para pais e crianças, mudanças em atitudes e nos sistemas criminais e judiciais e nas leis.