quarta-feira, 13 de julho de 2016

As criaturas bizarras encontradas por expedição americana em áreas mais profundas do oceano

  • 12 julho 2016
Espécime rara de água-viva têm tentáculos longos e curtosImage copyrightNOAA OFFICE OF OCEAN EXPLORATION AND RESEARCH
Image captionEspécime rara de água-viva têm tentáculos longos e curtos
Uma imagem de uma espécie desconhecida de água-viva tirada por uma expedição científica em abril na região mais profunda do oceno rodou o mundo pela internet.
Registrado a 3,7 mil metros abaixo da superfície, o espécime se parecia mais com uma critura de sonhos e fantasia de ficção científica do que um animal do nosso planeta - e esse misto de estranhamento e fascinação fez com que essa e outras fotos e vídeos da mesma expedição viralizassem.
A equipe de biólogos marinhos da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), uma agência do governo americano, explorou a Fossa das Marianas nos últimos três meses e descobriu um ecossistema povoado por criaturas bizarras.
Com 2,5 mil km de comprimento e 69 km de largura, a Fossa das Marianas, localizada ao sul do Japão, marca a fronteira entre duas placas tectônicas. Ela chega a uma profundidade de até 11 mil metros.
EnteropneustaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionEssa enteropneusta roxa e translúcida é apenas um dos animais estranhos observados na Fossa das Marianas
Dividida em três etapas, a missão começou em 20 de abril e foi encerrada no último domingo. Ela faz parte de uma empreitada maior, com três anos de duração, para conhecer melhor regiões do Pacífico - e, a julgar pelo que foi encontrado até agora, muitas outras revelações ainda estão por vir.
Usando um potente sonar, os pesquisadores identificavam a presença de criaturas interessantes do fundo do oceano, e enviavam um veículo submarino operado remotamente para capturar imagens em alta resolução.
Além da nova espécie de água-viva, os cientistas registram o primeiro espécime vivo de um "peixe-fantasma", uma lesma marinha e uma esponja até então desconhecidas, minhocas marinhas, uma enguia com uma cabeça estranha, entre outros animais que habitam as profundezas do oceano. Confira:
'Peixe-fantasma'Image copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionApelidado de "peixe-fantasma", esse espécime da família 'Aphyonidae' tem pele gelatinosa e transparente
Lesma-do-marImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionSegundo cientistas, essa lesma-do-mar é o provavlemente parte de uma nova espécie
Água-vivaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionEssa água-viva foi registrada a 800 metros de profundida, flutuando sobre um minivulcão submarino
Crustáceos em haste de esponjaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionDois pequenos crustáceos pousados sobre a haste de uma esponja parecem posar para a foto
CoralImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionCientistas fotografaram esse tipo incomum de coral fazendo círculos no fundo do oceano
PeixeImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionEsse peixe da família 'Ophidiidae' tem um formato de cabeça pouco usual e pode ser uma nova espécie, dizem os pesquisadores
CoralImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionMissão registrou esse espécime ainda muito jovem de um coral da família 'Isididae'
Água-viva-de-penteImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionUm dos estranhos tipos de águas-vivas-de-pente documentados na expedição
AnêmonaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionOs tentáculos dessa anêmona encontrada encrustada em uma rocha flutuam de acordo com a correnteza
Esponja desconhecidaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionPesquisadores não identificaram a espécie desta esponja, mas acreditam que os pontos brancos em seu corpo podem ser embriões
TamborilImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionEsse tamboril usa a estrutura entre seus olhos para atrair presas e as engole de uma só vez com sua grande boca
Megalodicopia hiansImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionEsse animal marinho invertebrado que fica preso a rochas ou no leito do oceano à espera de que presas entrem em sua boca
EnteropneustaImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionOs registros incluem essa enteropneusta deixando seu característico rastro de fezes no leito do oceano
CoralImage copyrightDEPTO. DE PESQUISA E EXPLORAÇÃO OCEÂNICA/NOAA
Image captionUm close um coral pouco antes de ele ser coletado para análises

segunda-feira, 11 de julho de 2016

CHAPÉU DE COURO NORDESTINO – IDENTIDADE DE UMA REGIÃO

Autor – Rostand Medeiros

Barro – Ceará/Foto: Rostand Medeiros/2015
Este é um artefato que funciona como verdadeiro distintivo do Nordeste e do nordestino. Creio que talvez não exista um material com um aspecto tão forte em termos de identidade, tão representativo do nosso sertão do que o belo e tradicional chapéu de couro [...]

A pecuária, a criação de gado no interior da atual Região do Nordeste do Brasil foi o primeiro grande fator de geração de renda e permanência do homem nesta região árida. Da atividade de criar o gado se obtinha a carne para alimentação, o leite e em seguida o couro, que era utilizado de diversas maneiras nas propriedades rurais. Em algumas fazendas se desenvolveram rústicos curtumes, que serviram para transformar o couro em mais um meio de geração de renda. Certamente foi nestes locais que se iniciou a tradição da manufatura dos chapéus de couro.

Este tradicional artefato nordestino inicialmente serviu basicamente para fins práticos, principalmente como parte da indumentária de proteção dos vaqueiros [...]

Apesar desta questão, o bom e velho chapéu de couro está firme e forte na cabeça daqueles nordestinos que valorizam a cultura tradicional de sua terra. Até mesmo como símbolo de resistência cultural. E a melhor notícia é que a produção destes belos artefatos está tendo continuidade [...]

- Leia aquio texto na íntegra, na página do historiador e pesquisador Rostand Medeiros.

Os chapéus de meus avós de Caicó

Nesta oportunidade, resgato a história de meus avós maternos Severino e Luzia que passaram toda a vida produzindo chapéus de couro, inicialmente ainda jovens e solteiros na cidade paraibana de São Mamede e já casados foram convidados por um primo para morar em Caicó, por ser uma cidade maior e não existir quem trabalhasse, corriqueiramente, nesse oficio, apenas esse primo que posteriormente se transferiu para Currais Novos. Ou seja, Severino e Luzia Tavares foram, praticamente, os pioneiros na fabricação de chapéu de couro em Caicó, desde o ano de 1932, aonde criaram e educaram seus quatro filhos. Minha avó sempre dizia que aos dez anos de idade começou a costurar chapéu, trabalho que fez com dignidade até se aposentar no final da década de 1960, já viúva, porém vinha mantendo a oficina em sua casa da Rua Augusto Monteiro, centro de Caicó.
  
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